Google vai criar versão on-line dos Manuscritos do Mar Morto

Um acordo entre o Google e o órgão do governo de Israel encarregado de cuidar do patrimônio histórico do país deve levar para a internet imagens digitalizadas dos Manuscritos do Mar Morto. O projeto usa cópias digitais de alta resolução para reproduzir a coleção de 900 manuscritos, que compreendem cerca de 30 mil fragmentos.

A iniciativa começa no ano que vem, quando equipamentos da empresa americana MegaVision começarão a ser instalados nos laboratórios da Autoridade de An­­tiguidades de Israel. A intenção é usá-los para escanear cada um dos fragmentos, na maior resolução possível e usando os métodos me­­nos invasivos disponíveis. A tecnologia usará luz infravermelha e comprimentos de onda mais longos, na tentativa de identificar ins­­crições e letras que se apagaram com o tempo, de forma a ampliar ainda mais o que já se conhece a respeito dos manuscritos.

Como as imagens resultantes terão a mesma qualidade dos rolos originais, o governo israelense pre­­tende também que as cópias substituam os fragmentos também na análise e pesquisa histórica. Dessa forma, não será necessário expor o material à luz e ao tempo – o que, espera-se, ajudará a preservá-lo para as próximas gerações.

Quando o processo estiver concluído, os usuários poderão baixar as imagens digitalizadas com dados adicionais, que permitirão realizar pesquisas em uma ampla gama de áreas em vários idiomas e formatos. Os textos incluem transcrições, traduções e bibliografia.

Está será a primeira vez que os pergaminhos serão fotografados integralmente desde os anos 50. Os Manuscritos são considerados uma das maiores descobertas arqueológicas da História. Foram encontrados entre 1947 e 1956 em cavernas de Qumram, uma fortaleza a leste do Mar Morto, localizada no que foi historicamente parte da Judeia. Eles foram escritos em grego, hebraico e aramaico entre o século III a.C. e o ano 70 d.C., quando foi destruído o segundo Templo de Jerusalém. Até a descoberta dos Manuscritos, os únicos textos em hebraico do Velho Testamento eram do século 10.


Gazeta do Povo